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Sambistas enfrentam dificuldades na pandemia e contam como estão lidando com o adiamento do carnaval

O site CARNAVALESCO ouviu profissionais do carnaval de São Paulo que trabalham diretamente com eventos para saber, principalmente, como eles estão lidando com o adiamento do carnaval e o dia a dia sem atividades nas agremiações.

O jovem sambista Ruhanan Pontes, mestre-sala da Colorado do Brás, trabalha com eventos e explica que a maior dificuldade no momento é a questão financeira.

“Eu tinha um dinheiro guardado, mas não era pra essa finalidade. Nunca imaginei que estaríamos nessa situação. Minha mãe e meu marido tem empregos fixos e estão me ajudando bastante, mas fico meio mal e às vezes até com vergonha”, citou.

O músico Dennys Silva explicou que situação afetou a renda pela metade e acrescentou outros profissionais que também estão sofrendo.

“Esse novo normal está bem difícil pra se adaptar. Todo mundo que vive da arte, da música, está sofrendo. Eu não posso reclamar porque trabalho no escritório do Sambô e, por mais que a renda tenha diminuído em 50%, eu consigo ter algo. Mas tenho amigos meus que estão há 90 dias sem ter renda nenhuma, vivendo de cesta básica, vendendo os instrumentos, é complicado. Tem ainda a galera do backstage, iluminador, etc, eles estão em apuros”, revelou.

O também músico, Chanel Rigolon, explicou que por conta das eliminatórias online, o número de sambas inscrito aumentou em comparação ao ano passado.

“Muitos compositores fugiam de eliminatórias grandes, porque tem um gasto com torcida, time de palco, e eles priorizavam uma ou duas escolas. Como neste momento as eliminatórias são por CD, o custo diminui e por isso muitas escolas tem um número alto de sambas inscritos, como Águia de Ouro e Mocidade Alegre. Estou com uma média de gravar 6 e 7 sambas pra cada escola”, explicou.

Sambistas enfrentam dificuldades na pandemia e contam como estão lidando o adiamento do carnaval
Foto: José Cordeiro/SPTuris

Chanel explicou também os processos de higienização nos estúdios e revelou que as transmissões também estão presentes durante as gravações.

“Máscara o tempo todo, duas roupas por dia, álcool sempre comigo, protetor descartável para o pé. Alguns casos até touca no cabelo. Apenas um compositor pode acompanhar a gravação, tem câmeras pro restante do pessoal também acompanhar ao vivo”.

O palestrante e empreendedor Adamastor Reginaldo, também precisou paralisar as atividades. O projeto “Mestre Adamastor” realiza dinâmicas e palestras para diversas empresas. Para não parar por completo, Adamastor também se adaptou.

“Já estávamos trabalhando em alguns projetos on-line, a pandemia acelerou esse processo e hoje já consigo atender ao novo formato, a situação me fez até pensar em novos serviços como cursos e treinamentos online. Falando de uma forma geral o momento é de se reinventar, acreditar e buscar novas alternativas como sempre fazemos no universo do carnaval. O momento é um desafio para todos e acredito que iremos superar”, concluiu.

Questionado sobre prazo de normalização, Adamastor acredita que no final do ano as atividades presenciais nas empresas já começam a se regularizar.

“Sendo otimista acredito que os eventos presenciais começaram a acontecer em dezembro. Em 2021 teremos uma necessidade enorme de retomada, pois as empresas terão que investir nos colaboradores, pois para produzirem precisaram motivá-los”.

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