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Série Barracões: Rosas de Ouro irá inovar e pretende muitos elementos tecnológicos para seu desfile

Por Gustavo Lima

A reportagem do CARNAVALESCO foi ao barracão do Rosas de Ouro e conversou com André Machado, que assinará o carnaval da escola pela quarta vez consecutiva. A agremiação abordará o enredo “Tempos Modernos”, que falará sobre o crescimento da tecnologia ao passar dos anos.

“Esse carnaval começou a ser delineado entre a apuração do carnaval de 2019 até o desfile das campeãs. A escola tem uma parceria com a Mercedes-Benz há 10 anos e eles nos procurou pra mostrar uma ideia de alguns estudiosos, professores de tecnologia sobre a tecnologia 4.0 pra saber se daria enredo ou não. Quando eu falo que esse é o carnaval da minha vida, primeiro é porque nunca tinha feito um enredo tão diferente e falar sobre tecnologia, a curto prazo provocou estranheza, até medo“.

O carnavalesco disse também que, para dar um toque de emoção, criou a história de um robô ROXP4, que é dotado de inteligência artificial e citou a história do filho dele que possui autismo, e que a maior dificuldade do autista, é ter companhia, porque eles se fecham no mundo deles. E segundo André, é justamente o que vem acontecendo no mundo atual, as pessoas estão se fechando em suas vidas digitais e esquecendo de suas vidas pessoais.

“Eu acho que o que está acontecendo no mundo agora, é que as pessoas estão mais ligadas nas vidas digitais do que nas vidas pessoais, é mais fácil ver em uma sala as pessoas conectadas no celular do que propriamente conversando. Na própria mesa de
jantar as pessoas estão mais dentro do mundo virtual mesmo se alimentando com os parentes, do que conversando. E eu até brinco, parece que o mundo virou autista, porque as pessoas criaram um mundo paralelo onde se fecham em suas redes sociais e não conseguem se comunicar e essa é a relação que eu faço com meu filho por ele ser autista, a dificuldade que ele tem de sociabilizar. E logo quando eu comecei a escrever, a primeira pessoa que veio na cabeça era ele, um robozinho que é dado para uma criança para fazer companhia e ao passar do tempo, por ter inteligência artificial, ele começa a questionar o porque do homem com tanta sabedoria, sempre estar buscando novas invenções, não se contentando com o que já existe”.

André fala da história das revoluções industriais, pois de imediato o homem teve a ideia de trocar a mão obra humana pelas máquinas, deixando muitas pessoas sem emprego, causando certa calamidade na época.

“Na revolução industrial acontece isso, as máquinas acabam fazendo o mesmo serviço, só que com mais velocidade e mais precisão. E por que isso? Por que o homem inventa coisas para tirar o emprego das pessoas? E esse robozinho entra em uma viagem, que começa no século XVIII com a primeira revolução industrial, onde as pessoas trabalhavam no campo e passaram a ir pra cidade, isso na Inglaterra, tudo que era feito de forma manual, passou a ser feito de maneira industrial, principalmente as tecelagens”.

Falar de tecnologia, automaticamente remete a carros alegóricos e fantasias com muito LED, abusando de iluminação, um desfile bem moderno, mas o Rosas de Ouro será a última escola a desfilar no sábado, muito provavelmente já com o dia claro. Porém, para André Machado isso não será um problema e citou desfiles históricos que aconteceram ao amanhecer.

“A gente estava imaginando ser a quarta escola, estávamos torcendo por isso, primeiro pelo horário que é ótimo, sábado é o horário nobre dos desfiles, tem a questão da luminosidade, desfilar a noite você tem melhor iluminação, pra poder casar com
algumas fantasias, mas tecnologia não é só iluminação, tecnologia é movimento, e todos os grandes desfiles que eu tenho na minha memória, aconteceram ao amanhecer, como “Braguinha” na Mangueira, “Ratos e urubus” na Beija Flor, “Lamartine” na Imperatriz, aqui em São Paulo tem o “Mar de Rosas”, que foi ao amanhecer. Na luz da noite a gente vai ter demais escolas que passaram na nossa frente, então elas terão a mesma luminosidade, e a luminosidade diferente vai ser para o Rosas, então pode ser que quebre o que a gente gostaria de levar em questão de iluminação, mas também tem o diferencial de fazer um espetáculo totalmente diferente das demais por ser a única escola que vai desfilar ao amanhecer”.

Ala com QR Code e fantasias com chip são novidades

O Rosas de Ouro promete inovar e iniciar uma nova era no carnaval paulistano. Segundo André Machado, algumas fantasias terão chip para medir praticamente tudo dos componentes, além de uma ala que irá se adaptar a tecnologia QR Code.

“E o mais importante, nós estamos fazendo dois carnavais, que é o físico que vai acontecer na avenida e mostrar para o público, e também tem o nosso carnaval digital, que as pessoas ainda não sabem, mas nós vamos começar a divulgar agora. Existe uma ala do Rosas de Ouro que fala do QR Code, onde as pessoas que estarão na avenida, se conseguirem mirar na fantasia com o aplicativo que lê o QR Code, você vai entrar na história da fantasia e da escola, então é uma visão diferente de assistir uma escola de samba. Algumas fantasias terão chip pra gente poder cronometrar o horário certo que o componente entrou na avenida ao horário que ele vai sair, saber exatamente o tempo de percurso, pra poder saber se nós temos que acelerar ou diminuir o passo. É uma tecnologia que o Rosas de Ouro vai implantar no carnaval, e acho que futuramente todas
as escolas partirão pra isso, porque tudo é monitorado através do computador e nós estamos aí pra testar essa tecnologia a favor das escolas de samba e acho que todas vão passar a ter. Além disso, vai medir os batimentos cardíacos e vão ter outras experiências que vai acontecer, que vão engrandecer nosso carnaval”.

Conheça o desfile da escola

Vão ser 2500 componentes, 20 alas e cinco carros alegóricos.

SETOR 1: PRIMEIRA E SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

“No setor 1 eu começo a falar das revoluções industriais, aí eu tenho a indústria do algodão, começo a falar da máquina a vapor. A bateria vem nesse setor, representa a tecnologia 5G e ela é neutra nesse setor porque vai retornar no último setor que é mais tecnológico. As baianas vêm representando as modistas do século XVIII, porque como tudo era feito de forma artesanal e depois passou a ser feito de forma industrial, houve uma oferta de tecido muito grande e as baianas representarão as modistas que aproveitaram essa demanda pra fazer moda no século XVIII. E logo em seguida vem uma ala falando da máquina a vapor”.

SETOR 2: TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

“Logo em sequência vem nosso segundo carro que é a maria fumaça. A roupa da velha-guarda eu convidei o estilista Rogério Fraga por um motivo, ele trabalha com uma fábrica de tecidos em Blumenau, eu visitei pra ver como funciona com a tecnologia 4.0 e convidei ele para desenvolver o tecido e o figurino da velha-guarda que vem nesse carro. Depois desse carro tem a ala da energia elétrica, aço e petróleo”.

SETOR 3: GRANDES INVENÇÕES

“Logo depois eu vou falar do Fordismo até chegar no nosso terceiro carro, que o formato é um Ford-T, símbolo do Fordismo. Foi na linha de produção do Ford-T que modernizou a linha de produção das fábricas da época, os Estados Unidos passou a ser potência mundial por conta disso. Falaremos também de grandes invenções como TV, rádio, antena parabólica, aparelho celular contaremos como ele mudou e virar um artigo tão importante para nossa vida. Nós vamos falar também da biotecnologia, do quanto é importante para nós, porque hoje se pode imprimir em 3D um ´órgão, existe irmãos gêmeos no Japão que eles foram geneticamente modificados e isso vai acontecer de forma corriqueira daqui a 50 anos. Você vai conseguir produzir seres humanos que sejam imunes a doenças como o câncer, isso está tudo sendo criado e idealizado. Fui em uma reunião importante e fiquei pasmo, descobri que existe um estudo para uma invenção de uma lente de contato que só de olhar para a pessoa, ela vai conseguir escanear e saber de onde ela veio, onde ela mora, quantos anos ela tem e vamos mostrar como essa tecnologia chegou pra ficar”.

SETOR 4: A VIDA IMITA A ARTE

“Falaremos do desenho Jetson, acho que as pessoas vão ter uma reação imediata, principalmente, quem viveu nos anos 80, é a parte lúdica do nosso enredo. A gente vai falar também como a tecnologia influenciou no cinema, inteligência artificial estará representada nesse setor. Tem uma ala logo em sequência, que é de mobilidade e vão ter 20 pessoas com monociclos. Uma coisa curiosa, por eu os ver ensaiando aqui na quadra, eu quis aprender isso e fiz três aulas e hoje eu venho da minha casa lá n Jabaquara em cima do monociclo pra trabalhar e com essa tecnologia você evita de colocar poluente no ar, porque é elétrico. Então olha como a tecnologia vem nos ajudando”.

SETOR 5: TECNOLOGIA 4.0

“O último setor falará da tecnologia 4.0 e vai mostrar como todas as pessoas estarão conectadas. O carro tem oito esculturas, tem duas rodas gigantes, tem duas rodas gigantes que mostrarão motos futuristas e essa roda gigante tem um simbolismo, uma analogia dizendo que o homem está sempre evoluindo. Tem um globo pra mostrar que cada vez mais estamos globalizados e dentro desse globo tem uma escultura que talvez seja a mais emblemática do nosso enredo, que é um robô amamentado essa criança pra mostrar que a tecnologia veio, mas o robô nunca deve ser mais do que o homem, porque o robô foi criada por uma máquina que é o homem e o robô está aqui pra servir. O simbolismo desse bebê é exatamente que as futuras gerações estarão se beneficiando da tecnologia, mas de uma forma prazerosa, natural e bom para o ser humano”.

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