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Série Barracões São Paulo: Tatuapé promete um desfile diferente, exaltando o Preto Velho e a história do café

Carnavalesco Wagner Santos conversou com a nossa equipe e explanou o tema que irá abordar: a entidade Preto Velho e o café

Iniciando a série “Barracões” do carnaval de São Paulo, o site CARNAVALESCO visitou o barracão do Tatuapé e conheceu o projeto da escola para o carnaval de 2022. A agremiação irá para a avenida com o enredo: “Preto Velho conta a saga do café num canto de fé”. O carnavalesco Wagner Santos conversou com a nossa equipe e explanou o tema que irá abordar: a entidade Preto Velho e o café.

Carnavalesco Wagner Santos

“É um enredo que foi idealizado pela diretoria e desenvolvido pelo departamento cultural da escola e, plasticamente, está sendo desenvolvido por mim. Somos uma equipe, cada setor faz uma parte e assim, conseguimos errar menos, porque temos pessoas para dar a mão de obra, assistir e tudo fica mais fácil. Sobre o tema, ele é muito interessante. Tudo acontece dentro de um terreiro de umbanda, onde ogãs, pais de santo e mães de santos, preparam um ritual para receber uma entidade muito querida na umbanda, que é a figura do Preto Velho e, assim, é lhe oferecido um café”, contou.

Por mais que o Preto Velho seja uma entidade muito simbólica dentro da umbanda, não é tão citada dentro do carnaval como poderia. Algum desfile ou outro, tanto em São Paulo como no Rio, dá para notar. Porém, na maioria das vezes, não como a atração principal. Apenas citações. Mas, segundo o carnavalesco, aparecerá de uma forma bastante impactante.

“Eu pretendo trazer o Preto Velho de uma forma bem impactante. Vem de uma forma muita legal, mas também respeitosa, porque a gente vê como uma entidade muito adorada, querida e de muita luz. Na minha infância, eu tive a oportunidade de ver a figura
do Preto Velho. Eu tinha uma senhora amiga da família que recebia e tive um contato muito verdadeiro. Falou algo que somente eu poderia saber”, disse.

Wagner Santos prometeu fazer algo diferente e ousar no desfile e, segundo ele, o que mais fascinou, foi o estudo de encontrar uma forma de fazer um trabalho diferenciado.

“O que mais me fascinou foi a questão de encontrar uma forma de fazer um trabalho diferenciado e foi isso que me preocupou desde o início. Minha proposta mais ousada deste ano, foi uma boa escolha de cor para o abre-alas, do tema e trazer isso de uma forma diferente. O desafio de mudar o esquema e trazer uma nova proposta visual pro desfile do Tatuapé”.

A escola ganhou o carnaval nos anos de 2017 e 2018. Se não fossem os erros de 2019 e 2020, o Tatuapé poderia ter engatado mais dois canecos para sua galeria. Wagner disse que pretende corrigir os erros com muito trabalho.

“Infelizmente nós erramos. Não tem como prever acidente de carnaval, isso em qualquer agremiação. Sambista não pode achar que o carnaval de outro dê problema seja bom e é trabalhar para não errar mais. Temos trabalhado com a equipe de Parintins para corrigir alguns erros e coisas que acontecem no barracão. Também a gente tem aquele problema de chegar no Anhembi, pegar chuva sem trégua com os carros alegóricos e não tem material que aguente. Ele se destrói, perde o encanto e tudo isso é muito ruim, fora os acidentes de manuseio que podem acontecer. São várias coisas que não podemos prever”.

Indo para o seu quarto desfile na agremiação, Wagner Santos mostra muito gratidão ao pavilhão. “Eu vejo o Tatuapé como um pavilhão que eu tenho muito a agradecer, porque foi a escola que me deu a oportunidade de dar o meu título de campeão do carnaval de São Paulo. Eu já tive a oportunidade de fazer outras agremiações, mas por todas que eu passei, bati na trave e não carreguei nenhum caneco. O Tatuapé é uma comunidade que me recebeu de braços abertos, desenvolvi trabalhos e eu só tenho que agradecer, porque foi um presente que me deu”, disse.

Conheça o desfile:

Setor 1
“Quando o Preto Velho chega, lhe é oferecido um café e, nesta aparição, ele falou que contaria como apareceu esse fruto, como trouxe riqueza, mas também como trouxe sofrimento para alguns povos que foram escravizados para o plantio do café. Depois, nós chegamos no nosso abre-alas, onde o Preto Velho começa a contar que o café surgiu na África. E assim vamos chegando nas alas, onde vão contar mais detalhes dessa história no mundo”.

Setor 2
“Já no segundo carro, vem fazendo uma homenagem ao café no Brasil, onde temos a figura do Preto Velho, senzala e casa grande. Vamos mostrar como o café se tornou o principal produto de exportação do Brasil. Café gerou riquezas, títulos aos donos, barões e baronesas do café. O carro também retrata muita dor e sofrimento dos escravos”.

Setor 3
“Nosso terceiro carro, vai fazer uma homenagem ao café na cultura. O café na música, cinema, literatura, pintura e em diversos setores artísticos, porque quando foi considerado o principal produto brasileiro, o Portinari fez diversas obras e, hoje tem uma das obras mais caras dele, que é a colheita do café. Também temos diversos livros que contam a história do café do Brasil e no mundo. Temos o café na música do rei Roberto Carlos, onde ele cantou a música ‘café da manhã’ e nós temos Bach que também fez uma homenagem”.

Setor 4
Nosso último carro, é o retorno do Preto Velho ao paraíso espiritual dos negros, que é Aruanda. Nesse carro, nós vamos ter as figuras dos principais orixás, que são a origem religiosa do Preto Velho. Lá nós temos baianas, vamos ter diversas figuras gigantescas no carro de entidades espirituais africanas. Nós vamos ter Oxalá, Iemanjá e os 14 orixás compondo o carro, que parece um plano espiritual. Tem uma proposta de retratar um lugar de evolução, de luz, todo trabalhado em azul, branco e prata”.

Ficha técnica

Alegorias: Quatro
Componentes: 2100
Alas: 18
Diretor de barracão – Antônio de Castro
Supervisão de fantasias e ateliê – Rosângela da Rocha Coelho

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