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Série Barracões: X-9 Paulistana irá exaltar os diferentes tipos de batucadas pelo Brasil

Por Gustavo Lima

A reportagem do CARNAVALESCO foi ao barracão da X9 Paulistana e entrevistou Pedro Magoo, carnavalesco da escola. O profissional faz a sua estreia na agremiação e tem como objetivo colocar a escola da Zona Norte de volta ao desfile das campeãs pelo Grupo Especial, pois faz 14 anos que a X9 Paulistana não termina entre as cinco primeiras colocadas da elite do carnaval paulistano. Para isso, Magoo apostará no enredo “Batuques para um rei corado”, uma homenagem a batucada brasileira.

“Esse enredo é uma grande homenagem a batucada brasileira, os vários tipos de batucada, seja nas manifestações culturais, religiosas e todas as suas influências, mas só que isso a gente não vai mostrar como um simples descritivo. Nós pegamos uma história, que é o dia que os Ibejis enganaram a morte, começaremos com a batucada Ibeji e a partir disso vamos começar a falar da batucada brasileira. É uma história muito legal, bem amarrada e além de fazermos essa homenagem a batucada brasileira, no final nós vamos falar um pouco da história e da batucada da X9 Paulistana, de momentos especiais. Então o xisnoveano que vai ver isso, irá se identificar muito”.

Magoo revelou que o enredo nasceu de uma música do Arlindo Cruz, “batuques do meu lugar”. O diretor de carnaval Pê Santana teve a ideia e o carnavalesco começou o trabalho de pesquisa juntamente ao Departamento Cultural da agremiação.

“Na verdade, esse enredo é baseado em uma música do Arlindo, que chama ‘batuques do meu lugar’. O Pê Santana que é diretor de carnaval, veio com essa ideia, mas se fosse só a música ao pé da letra, ficaria algo descritivo, tem coisa legal que iria ficar de fora. Aí eu comecei o trabalho de pesquisa junto com o Departamento Cultural da X9, que é
um departamento muito legal, e nós chegamos a esse enredo, descobrimos essa história do Ibejis, fizemos a amarração do tema que a gente vai levar pra avenida”.

Quando se fala em batucada, imagina-se que o enredo irá para um lado afro, reverenciando as religiões como o candomblé e umbanda, mas segundo o carnavalesco, o enredo irá abordar várias vertentes dos batuques, irá homenagear as muitas batucadas que existem dentro do Brasil.

“Nós vamos mostrar de tudo um pouco, porque assim, em cada região do Brasil existe um tipo de batucada. Tem influência religiosa, folclórica, e o legal disso é que nós vamos mostrar vários movimentos que são poucos conhecidos pelo grande público do carnaval. Nós vamos falar da Súcia do Tocantins, Marabaixo do Macapá, Timcubi, e várias batucadas que não são muito exploradas em desfiles de carnaval, mas que tem seu valor histórico, valor cultural e merece ser difundindo pro grande público. É uma grande história, sendo dentro dela, vamos mostrar a rica batucada brasileira na avenida”.

O carnavalesco disse que é importante ousar, mas acima de tudo o regulamento deve ser respeitado.

“Você tem que usar o bom senso, antigamente era difícil segurar o ímpeto, mas com o tempo eu fui aprendendo que você deve ousar, mas não pode esquecer do regulamento. Como eu costumo dizer, o carnavalesco não ganha o carnaval, quem ganha é o conjunto todo, a escola toda, mas eu já vi carnavalesco perder carnaval por teimosia e cometer erros que prejudicaram a escola, então assim, tem que ter essa humildade. Devemos colocar nossas ideias, loucuras que o carnavalesco tem que ter, mas desde que não ultrapasse esse limite, não coloque a escola inteira em risco no regulamento, caia alguma penalidade, alguma pegadinha que possa prejudicar o desfile como um todo, então esse é o desafio maior, manter esse equilíbrio”.

Magoo levou novos profissionais de barracão junto com ele, pessoas de confiança e com quem ele trabalha há muito tempo, como a equipe de decoração.

“Nós mudamos a equipe de decoração, tem o Augusto que trabalhou comigo alguns anos na Mancha Verde, é um amigo e pessoa de confiança que eu consegui trazer pra X9. Então eu já tenho uma afinidade e daí ficou bem mais fácil, e as outras equipes também trabalharam comigo tanto na Mancha como na Nenê, são profissionais que eu fui fazendo amizade e quando vim pra cá fiz o convite, eles são todos mais loucos do que eu e estão aqui comigo”.

Paixão da comunidade e garra para voltar às primeiras posições, podem virar um trunfo da agremiação neste carnaval O carnavalesco falou que o contato com a agremiação nesse primeiro ano vem sendo muito bom, que a X9 tem uma comunidade muito apaixonada, e que não vê a hora de voltar a figurar entre as cinco primeiras, aos grandes anos da X9 Paulistana, que é bicampeã do carnaval paulistano.

“Os primeiros contatos com a comunidade da X9 vêm sendo muito legal. A comunidade da X9 é muito apaixonada, eu sinto que ela está meio marcada pelo fato de estar há 14 anos sem voltar pro desfile das campeãs, tirando aquele ano que eles estavam no Acesso e foram campeões, mas assim, desfilando no Especial, são 14 anos que não fica entre as cinco primeiras, e pra uma escola que já foi campeã duas vezes é muita coisa. Eu sinto que é uma comunidade muito apaixonada e que sonha em voltar aos grandes tempos da X9 Paulistana, e eu estou trabalhando dia e noite pra ajudar que essas pessoas realizem esse sonho de voltar a ver a X9 entre as primeiras do carnaval”.

Segundo o carnavalesco, toda essa paixão ajudará bastante no desfile da agremiação e todos estão unidos em busca do mesmo objetivo.

“Tudo que se faz com sentimento, que você põe em primeiro lugar, é melhor. Aqui em São Paulo têm vários casos que você vê uma escola que atravessa a avenida e fala ‘é ela’. O fator plástica fica em segundo plano, tem aquela conexão arquibancada, público. E sobre a X9, o pessoal está empolgadíssimo, eles compraram a ideia, eles acham que esse ano podem alcançar um degrau acima, conquistar algo a mais no carnaval. Sonhar é bom demais, todo mundo está no mesmo barco e se Deus quiser vai dar tudo certo”.

CONHEÇA O DESFILE:

SETOR 1: BATUQUE MISCIGENADO
“O nosso primeiro setor vem falando da miscigenação, do batuque miscigenado. É uma mistura da batucada indígena, do negro e do branco com a influência europeia. A junção dessas três batucadas que deu origem a batucada brasileira em todos os estados. Esse primeiro setor vem com o abre-alas, baianas, primeiro casal e mais uma ala, que vem contando um pouco dessa história. Nesse setor vem a batucada da região Norte, nossa bateria por exemplo vem fazendo uma homenagem a marujada e a batucada, que são do Caprichoso e Garantido. Só que nós não vamos homenagear o Garantido e o Caprichoso, nós vamos homenagear a bateria dos dois, que é a Marujada de Guerra e a Batucada, e tem outras manifestações culturais e folclóricas como o Carimbó E Ritual da Moça Ticuna. Esse setor vai representar toda a região Norte do país”.

SETOR 2: FESTA DO DIVINO
“No segundo setor nós vamos falar da importante manifestação da Festa do Divino lá de Pirenópolis, em Goiás. Daí a gente entra no centro-oeste. A Festa do Divino nessa cidade é uma manifestação lindíssima, e tem uma batucada que se chama “Batuques da Alvorada”, é uma batucada que sai nas ruas no último dia de festividade na parte da noite, passam de casa em casa e várias pessoas vão para a praça dançar e festejar. É uma festa que mistura religião, folclore e quanto mais eu estudei, mais eu me apaixonei por essa festividade. Então o nosso carro vai representar isso, é uma alegoria bem interessante que já está pronta e embalada pra ir pra avenida”.

SETOR 3: MARACATU
“No terceiro setor a gente fala do Nordeste, que é um carro que vai falar do Maracatu, mas não do Maracatu em si, nós vamos falar das noites dos tambores silenciosos, que é
uma noite em que todas as nações do Maracatu se juntam em um ritual religioso, que é muito legal. Nós estaremos levando algumas surpresas nesse carro e é uma das nossas
apostas pro desfile”.

SETOR 4: BATUCADA CARIOCA
“Continuando a viagem pelos estados, chegamos ao sudeste, e nossa quarta alegoria vai representar a batucada carioca. Nós vamos mostrar as escolas de samba do Rio de Janeiro, o pagode que começou lá e os tambores religiosos, vamos falar um pouco dos terreiros do Rio de Janeiro, vamos fazer uma homenagem aos grupos de samba, à primeira escola de samba e mostrar toda essa religiosidade”.

SETOR 5: BATUCADA DE SÃO PAULO
“Nós encerramos com São Paulo, falando sobre o samba rural, o samba de Pirapora até chegar ao samba do engraxate, os antigos cordões e o último carro, que é o da coroação do rei, nosso personagem principal que está narrando a história é coroado, é um grande templo, só que ao invés de soldados, são sambistas. O cara que é curioso pela X9, vai
ver em cada escultura um pouquinho da história da escola, de algum carnaval importante, pessoas importantes, é o carro que vai a velha guarda também. Quem é xisnoveano vai se identificar bastante com esse carro que vai fechar o nosso desfile”.

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