InícioSão PauloTécnica, segurança e poucos espaços pra erros marcam ensaio da Barroca

Técnica, segurança e poucos espaços pra erros marcam ensaio da Barroca

Ensaio, no geral, foi organizado, sensação de uma escola técnica, priorizando o regulamento, mas sem perder espontaneidade

A primeira escola do Grupo Especial a ensaiar na noite de sábado, dia 9, fez um ensaio com poucos espaços pra erros. Isso porque, a Barroca Zona Sul demonstrou domínio, segurança e pouca exposição em alguns quesitos, que são: Casal, bateria, comissão e evolução. O ensaio, no geral, foi organizado, sensação de uma escola técnica, priorizando o regulamento, mas sem perder espontaneidade.

“Venho na frente e não tenho muita noção. Mas pelo andamento e pelo volume que me passaram a escola veio bem, e agora vamos fazer uma apuração. Pelo que deu pra ver da escola daqui e na saída, agradou bastante. Acho que em canto, temos como base o andamento na quadra. Na quadra está cantando muito, e acho que está trazendo para cá. Mas a gente tem que melhorar. A Barroca quer chegar, e pra isso é preciso melhorar. O andamento e a tranquilidade das pessoas foram os pontos altos. Hoje fizemos um ensaio mais calmo, no outro tínhamos passado um pouco mais tenso. É isso aí, cantou um pouquinho mais e passou tranquilidade para a escola”, explicou Marcão, diretor de carnaval.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Vestidos com traje todo em rosa claro, Igor Sena e Camila Pancini pisaram na avenida pela segunda vez, com mais segurança e menos nervosismo. Mesmo sendo um ano de estreia pra dupla, a essência jovial do estilo de dança dos casais da agremiação se mantém.

Pra aproveitar a temática afro do enredo, ambos realizam passos característicos do tema. Igor Sena, por exemplo, também adiciona elementos no seu bailado. No trecho do segundo refrão, ele acrescenta passos de “Jongo”, uma dança ancestral de origem africana.

Estrategicamente, o casal vem logo atrás do abre-alas, o que limita o campo de visão do jurado no momento do desfile.

Harmonia

Um ponto positivo pra esse desfile da agremiação, inegavelmente é o samba-enredo. A construção melódica, rimas e a métrica (divisão de uma linha musical) são elaboradas de forma que foge do “padrão”.

Escutar o samba durante o desfile, não torna a experiência cansativa, pelo contrário, por ser fluido, o folião acaba se envolvendo.

Questões em relação à pronúncia de algumas palavras podem vir a se tornar uma questão no quesito harmonia. A intensidade e confiança dos componentes durante as estrofes caem, o que faz algumas palavras não serem entendidas com clareza.

Bateria

Primeiro carnaval assinando a bateria da Barroca Zona Sul como mestre único, Fernando Negão teve uma postura de confiança, fato já notado no primeiro técnico. Durante o recuo, ele comandou a cozinha (parte do fundo) com um palco, pra ficar visível aos olhos dos ritmistas, e empolgou a bateria durante o meio do ensaio.

A Bateria Tudo Nosso trouxe bossas que preenchem o tamanho mínimo exigido no regulamento, com segurança. Na bossa do segundo refrão, o início dela é quando os surdos deixam de tocar. Tem uma virada de 2, porém com a retomada apenas das caixas, repiques e surdos de terceira. A bateria volta com um pequeno arranjo de repique e uma sequência de três toques secos.

O pequeno apagão apresentado pela bateria, mais especificamente no trecho “Meu redentor”, tem a sua retomada iniciada apenas pelos surdos de terceira. A combinação rítmica com o trecho cantado no momento do arranjo, impacta.

A bateria veio posicionado entre o segundo e terceiro setor, o que torna o tempo no recuo menor, em comparação as baterias que entram no início da escola. E isso, assim como no casal, diminui o tempo de exposição ao jurado posicionado no recuo.

“Vem muito bem a escola, aguerrida, mais componentes que da primeira vez. Tem uns detalhinhos para consertar, mas no final vamos chegar 100%. Hoje deu para fazer ajustes. Firmou mais a levada de caixa, virada de dois, de três, as bossas. Tem algumas coisas para arrumar ainda. Mas estamos no caminho certo. Nossos ensaios técnicos no Anhembi, encerramos. Vamos acertar só na quadra mesmo, conversa, pessoal ainda um pouco nervoso, pois faz tempo que não desfila. Assenta adrenalina, mas no final vai dar tudo certo”, disse o mestre Fernando Negão.

Evolução

A escola optou por um primeiro setor mais clássico: Comissão de frente, ala das baianas e abre-alas. A estratégia concentra mais alas no decorrer dos setores, o que transmite a sensação de empolgação dos componentes com mais objetividade e facilita o andar harmônico, fato que pode ser notado no último ensaio técnico da Barroca.

Pro aspecto visual, os adereços de mãos sempre são uma alternativa acertada pra impacto positivo. O primeiro ensaio da escola contou com isso, algo repetido pela agremiação nesta segunda passagem ao Anhembi. A presença dos objetos, como: bexigas, pedaços de pano, bandeiras etc, não significa que a fantasia trará acessório em sua composição, mas é um ponto que enriquece o treino e a sensação de organização entre os responsáveis das alas.

A ala “Andy Angel”, localizada entre o 2° e 3° setor, traz coreografias que preenchem praticamente o samba inteiro. É uma ala bem coreografada, e sua a parte inicial impacta pela energia.

Outro destaque entre as alas ficou pra última, em que todos estavam de preto. Os componentes ensaiaram soltos, interagindo entre eles.

Outros Destaques

Mais um ponto que chama atenção, e consequentemente cria expectativas pro desfile, é o tamanho das alegorias da agremiação. As faixas usadas pra demarcar o espaço na avenida preencheram uma parte significativa da pista.

A comissão de frente também foi um aspecto positivo. Bem coreografada e com interação com o público. Alguns componentes cantavam o samba e contavam os passos pra não perder a sincronia da coreografia.

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