InícioSão PauloTom Maior corre no final e sofre com evolução em seu desfile

Tom Maior corre no final e sofre com evolução em seu desfile

Nesta sexta-feira, a Tom Maior realizou seu desfile para o carnaval de 2020. A escola veio numerosa e sofreu no quesito evolução. Algumas alas não se entendiam e alguns componentes se esbarravam. Outro ponto negativo foi a correria no final, a escola por pouco não estourou o tempo e passou no limite. A comissão de frente foi o quesito destaque. Os integrantes fizeram uma apresentação forte, onde falaram sobre o preconceito e a importância de resistir e lutar contra ele. A harmonia foi outro destaque, que repetiu o canto com clareza em seu desfile. A comunidade de Sumaré se apresentou em 65 minutos com o enredo “Coisa de Preto”. (Fotos de Magaiver Fernandes)

Comissão de frente

A ala veio representando os Griots, que são personagens folclóricos da África Ocidental. Os componentes vieram vestidos nas cores vermelho, laranja e amarelo, com pinturas no rosto na cor branca, típicas de um povo nativo da África. A comissão fez uma espécie de dança afro no início da apresentação aos jurados, os integrantes se separaram e acenaram para o público, depois se juntaram e levantaram um componente no alto, que cerrou o punho direito para cima, símbolo da resistência. No geral, a ala fez uma boa apresentação e notoriamente focaram em fazer uma comissão de frente voltada em sua maior parte, aos africanos que vieram para o Brasil.

Mestre-sala e Porta-bandeira

A dupla experiente, Jairo Silva e Simone Gomes, estava vestida com uma roupa amarela, vermelha e laranja. Aparentemente a vestimenta da porta-bandeira era mais leve, o que possibilitou que ela fizesse seus movimentos da forma desejada. Jairo acompanhou Simone e eles fizeram movimentos uniformes e dançaram de forma sincronizada em frente a torre que se localiza perto do recuo da bateria. Ao final do desfile, já na dispersão, Jairo Silva teve uma queda de pressão e passou mal, mas logo foi atendido e ficou tudo bem com o mestre-sala.

Harmonia

Repetindo os desempenhos dos ensaios técnicos, os componentes cantaram bastante, o intérprete Bruno Ribas e a obra de fácil entendimento e uma melodia marcante, ajudaram para isso, o que possibilitou os integrantes cantarem com clareza. Houve uma queda no último setor, mas no geral, a escola teve um desempenho satisfatório no quesito.

Enredo

O enredo da escola, “Coisa de Preto”, faz uma homenagem a todos os negros da história do Brasil. O tema tem um tom de crítica social também, como o julgamento aos racistas e a ideia de que o Brasil deve muito à raça negra, apesar do “não conhecimento” muitas vezes por parte da sociedade do país. Na avenida, nas fantasias e alegorias, nós vimos homenagens a grandes personagens negros da história da nação, como Mussum, Aleijadinho, Mano Brown, entre outros. A escola conseguiu mostrar em alguns pontos o que queria, mas em outros, a leitura ficou difícil.

Evolução

A escola sofreu um pouco nesse quesito. Em algumas alas ocorriam encontro entre os componentes, até pelos altos costeiros das vestimentas. Houve dois grande buracos, um em frente ao setor H, entre a comissão de frente e uma ala, outro já no final, entre o último carro e uma ala, e ambos estavam já na visão dos jurados. Outra penalização que a Tom Maior pode sofrer, foi pelo fato de ter corrido no final. A escola pode ser muito penalizada neste quesito, pois houve algumas falhas cruciais que são passíveis de punição.

Samba-enredo

A obra é uma das melhores do ano, foi cantada fortemente pelos componentes. Foi uma grande apresentação do intérprete Bruno Ribas, que fazia várias adaptações para ajudar na melodia. O samba também possibilitou que a bateria fizesse várias bossas, que levantou as arquibancadas, especialmente no setor B, com destaque para o arranjo feito na penúltima estrofe do samba, onde a bateria para, os componentes cerram os punhos para o alto e cantam o samba.

Fantasias

Praticamente todas as fantasias da escola representaram personalidades negras que fizeram sucesso pelo Brasil. Como citado acima, Mussum, Aleijadinho, Mano Brown são alguns dos homenageados. Outros personagens citados nas vestimentas, foram Alcione, Dona Ivone Lara, Milton Santos e muitas outras pessoas que fizeram parte da história do Brasil. A escola optou pelo uso de fantasias simples, que tenha fácil entendimento. Não houve erros na montagem das vestimentas, todos os componentes das alas estavam vestidos igualmente, sem fantasias danificadas também.

Alegorias e adereços

A escola obteve um conjunto alegórico regular, assim como nas fantasias, a agremiação optou por carros alegóricos de fácil leitura. O destaque foi para o abre-alas, sendo todo ele preenchido pela tonalidade laranja forte, que representa a diáspora negra, ou seja, toda a perseguição que os negros sofreram ou sofrem até hoje. Destaque também para o último carro, que simbolizou a luta por justiça, com uma escultura que representava a vereadora que foi assassinada, Marielle Franco.

Outros destaques

A bateria interagiu algumas vezes com a arquibancada, especificamente na penúltima estrofe do samba, onde a bateria realiza uma paradinha e os componentes cerram o punho para cima e cantam o samba junto com a escola. Tal atitude da bateria, arrancou aplausos do público no Anhembi.

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