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Tucuruvi acredita que o recado foi dado: ‘O samba é resistência e tem que ser respeitado’

Os Acadêmicos do Tucuruvi finalizaram sua apresentação na primeira noite de desfiles, no Sambódromo do Anhembi, com a sensação de tudo ter conspirado a favor da escola. Voltando ao Grupo Especial, resistiram a ansiedade de ter que aguardar um ano a mais por conta da pandemia da Covid-19, e lavaram a alma na avenida com um desfile que pretendeu levar uma mensagem importante mas de forma alegre e carnavalizada.

O primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira teve como responsáveis pela dança a veterana Waleska Gomes e o jovem Luan Caliel, de apenas 20 anos e estreante no posto. A dançarina avaliou a atuação. “Foi muito boa. Satisfatória e surpreendente. Por incrível que pareça, tem uns errinhos internos que vocês não veem, e hoje não teve nada que não deu certo. Depositamos tanta energia nisso que até o universo conspirou de uma forma mágica com o tempo, com o vento, com a chuva e com o andamento da escola. Foi uma parada muito louca”.

Para Luan, a sua estreia foi da melhor forma possível. “Mesmo ensaiando dois anos sempre pode acontecer alguma coisa. E sempre, de vez em quando, acontecia algum problema, alguma batida que não acontecia, o que é normal na dança. Nenhuma dança é perfeita. Tudo na dança acontece. Mas parece que hoje parece que, eu não sei o que aconteceu, foi tudo perfeito! Pisamos na avenida, tudo batia, foi tudo cravado. E acho que só temos que agradecer pelo nosso empenho, para a nossa escola e nós mesmos”.

Para o intérprete Leonardo Bessa, o mais importante foi o recado dado pela escola na avenida. “Foi uma emoção muito grande poder pisar de novo nessa passarela. O povo do samba foi muito massacrado, bateram muito na gente. A gente mostrou que carnaval é cultura e deve ser respeitado. A gente falou tudo que tinha que ser falado. Tocamos na ferida, mas tudo muito carnavalizado”.

Esbanjando bom humor, Mestre Serginho avaliou o desempenho da bateria do Zaca. “A bateria foi bem. Colocamos um andamento bacana. Não sei como estava de fora, mas tava um ‘pagodinho’ gostosinho. A rapaziada estava toda aí curtindo. Independente da nota que vier, agora é com os caras lá (jurados). Paramos, apresentamos e fizemos as bossas que tínhamos que fazer, e segue o baile. Tocamos pra caramba. Tocamos mais que fizemos bossas”, disse.

Perguntado sobre a homenagem feita pela escola nas fantasias da bateria, que vieram todos vestidos como o símbolo da Unidos do Peruche, sua escola de origem, o mestre demonstrou grande satisfação. “Tem uma porrada de cara que é da Peruche mesmo. Os caras encostaram e estão levando a fantasia para casa até. Veja só se estão jogando a fantasia fora? Isso é o máximo! Quando você termina e ver os caras abandonando (a fantasia), você fala ‘poxa, vai dar ruim’. Ow, os caras tão indo embora! A escola fez belas fantasias. Poderia ter feito uma réplica mais ou menos, mas fez uma bem fiel”, completou.

O carnavalesco Dione Leite se sente em casa quando o assunto é a Tucuruvi e descreveu o que achou do desempenho da escola na avenida. “Foi simplesmente incrível poder voltar aqui com essa comunidade incrível que é a do Tucuruvi. Com o comando do nosso diretor de carnaval Rodrigo aí, provando que dá para mudar a mentalidade de uma comunidade. Com a presença dele e do nosso Presidente, Senhor Jamil, tivemos esse resultado. Uma escola aguerrida, uma escola feliz e pregando que o samba é resistência e que todos devem respeitar”, declarou.

Na opinião de Dione, a sensação de dever cumprido foi especialmente intensa pelo impacto causado ao público pelo conjunto visual, e entende que a mensagem do enredo foi entendida por quem assistiu ao desfile. “Acredito porque durante todo o tempo nós presenciamos uma comunicação visual muito grande com a arquibancada. E para nós, artistas da área plástica, quando isso acontece é um tesão. Conseguimos atingir um objetivo plástico que é criar comunicação. Aí tem um samba poderoso, que cria uma música maravilhosa para poder ver o desfile. Então é momento de comemorar com a comunidade do Tucuruvi e ela é merecedora, porque resiste há muitos anos, principalmente esses dois últimos de pandemia”.

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