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Unidos de Bangu surpreende e faz desfile compacto, mas falha na leitura do enredo e de acabamento

Por Geissa Evaristo

A Unidos de Bangu teve pelo segundo ano consecutivo a missão de abrir os desfiles da Série A, deste sábado, porém dessa vez a agremiação da Zona Oeste surpreendeu e fez um desfile compacto e organizado, mas pecou em enredo e no acabamento das alegorias. A escola contou com a estreia do carnavalesco Alex de Oliveira apresentando o enredo “Do ventre da terra, raízes para o mundo”. A vermelho e branco esqueceu de vez o desfile do ano passado que lhe rendeu o penúltimo lugar.

Comissão de Frente

A comissão de frente da dupla estreante na Série A, Luiz Carlos e Natasha Lima apresentou “Da terra, a força e a fé do povo Inca” trazendo o cenário dos agricultores Incas cultivadores de batatas e a impressionante devoção aos deuses que culmina com a Inti-Raymi, a Festa do Deus Sol). O grupo coreográfico fez apresentação correta nas quatro cabines. A maquiagem corporal dos bailarinos deu um efeito todo especial, mas não empolgou em frente a nenhum módulo de julgadores. O personagem pivô teve um contratempo com a parte debaixo da sua fantasia que feita de algodão, despencou um pedaço durante a apresentação frente à última cabine.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Anderson Abreu e Elisa Xavier, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação também estreou na função. A dupla até o último carnaval formava o segundo casal, o que não contava pontos. A curiosidade fica por conta de que sempre dançaram juntos na profissão. Após o desfile, a porta-bandeira foi pedida em casamento pelo mestre-sala. Já na estreia apresentando a fantasia “Devoção ao Tesouro Inca”, que representava as joias do chão do Peru ancestral misturadas às pepitas de ouro, complementando a comissão de frente, a dupla não foi bem em frente ao primeiro módulo de julgadores. Em alguns momentos pareciam confusos em que passos iriam executar. A porta-bandeira deu uma volta a mais enquanto o mestre-sala estava parado para receber o pavilhão. Frente aos demais módulos no entanto, a dupla se recuperou e fez uma apresentação mais tranquila. No quarto módulo, porém, uma pluma da saia da porta-bandeira descolou ficando no chão durante a execução do bailado do casal.

Harmonia

O trio de intérpretes Daniel Collete, Tem Tem Jr e Luis Oliveira teve a missão de conduzir o samba-enredo na Avenida. Como pelo regulamento da Série A subdivide o quesito em harmonia do carro de som e canto da comunidade, a escola de samba contou com uma boa condução do trio, porém o samba não empolgou os componentes que pouco cantaram a obra na Avenida.

Enredo

Com a proposta de trazer para a Avenida as histórias e curiosidades de um dos alimentos mais consumidos do mundo, o enredo da escola sobre a batata foi divido em 4 setores com cerca de 1800 componentes distribuídos em 15 alas e 4 alegorias. Como o enredo foi desenvolvido dentro das curiosidades do tema, só era possível a leitura acompanhando quase sempre o guia Roteiro dos Desfiles, distribuído gratuitamente na Marquês de Sapucaí. A proposta do carnavalesco de ter a batata como fio condutor e comparar a versatilidade do alimento com a do próprio povo brasileiro pode perder décimos por ausências de elementos e na montagem da escola, como: ausência do casal de reis frente a 1ª ala da escola, informado no roteiro de desfiles. Mais musas do que o informado frente ao abre-alas, ausência de destaque de chão na frente da 15ª ala e inclusão de musas na frente da 18ª ala e do 4º carro alegórico.

Evolução

A evolução da escola só contou com um buraco frente ao abre-alas na quarta cabine, buraco este que as musas que desfilaram à frente retornaram para tentar preencher o espaço, o que não é permitido. As alas também não preencheram toda a extensão da pista de desfiles, ficando mais centralizadas no meio da pista. Importante destacar que a escola não correu, nem acelerou em nenhum momento, dando um andamento confortável para o componentes desfilar.

Samba-enredo

Com samba assinado por uma parceria formada por compositores consagrados em outras escolas, casos de Samir Trindade e Neyzinho do Cavaco, tricampeões da Portela, a obra não empolgou e pode ter prejudicado o quesito Harmonia. Eram poucos os componentes que desfilaram o tempo inteiro cantando o samba-enredo da agremiação que também não contou com a comunicação do público.

Fantasias

As fantasias da escola não eram luxuosas. Assim como a maioria das agremiações do grupo, o conjunto de fantasias foi simples. Foram apresentados problemas de calçados com o muso frente ao abre-alas que estava descalço e com as composições do abre-alas que estavam com a mesma fantasia, mas com sapatos diferentes. As composições da lateral direita da terceira alegoria também estavam descalças. No carro abre-alas a última componente da lateral direita estava com o sutiã do biquíni diferente das demais composições do carro. O grupo de musas frente ao carro 3 estava sem a parte de cima da fantasia e cada uma foi com a sua parte de cima diferente, visivelmente improvisada.

Alegorias

Nas alegorias, o segundo carro alegórico “A grande fome” o carnavalesco abusou da criatividade e decorou a alegoria com caixotes de feira, no entanto na lateral direita nos fundos a grade de madeira da varanda do segundo andar estava solta, além de uma casinha apenas nas ferragens. Na quarta e última alegoria “Batata: símbolo de união e paz”, a mão da escultura estava quebrada, faltando dedos em uma e com falhas de acabamento na outra.

Bateria

Mestre Léo Capoeira pelo segundo ano à frente do Caldeirão da Zona Oeste deixou uma excelente impressão da bateria que levantou a Sapucaí ainda fria para a segunda noite de desfiles com o tempo chuvoso. Léo adequou a bateria no toque de caixas, fazendo a batida em cima. À frente da bateria, a cantora Lexa exibia samba no pé e levantou o público em sua passagem. Mestres Lolo, Bereco e Caliquinho apresentaram a bateria.

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