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Vigário Geral tem início de desfile promissor, samba e comissão de frente se destacam, mas problemas em evolução preocupam

Último carro passa com dificuldade de locomoção por toda a avenida e escola abre buraco nos módulos de julgamento

Um desfile que começou promissor e terminou de forma caótica, assim pode ser definida a passagem da Acadêmicos de Vigário Geral, a comissão de frente emocionou e trouxe uma mensagem muito forte logo no início, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira também merece destaque, visualmente a escola cometeu alguns erros, porém, o quesito mais problemático da escola foi a evolução, devido uma grande dificuldade de locomoção do segundo carro ocasionou vários buracos ao longo da avenida. * VEJA FOTOS DO DESFILE

Apresentando o enredo “Pequena África – Da Escravidão ao Pertencimento, Camadas de Memórias entre o Mar e o Morro” assinado pelos carnavalescos, Alexandre Costa, Lino Sales e Marcus do Val, a Vigário Geral foi sexta a cruzar a passarela do samba na segunda noite de desfiles da Série Ouro. A escola terminou sua apresentação com 52 minutos.

Comissão de Frente

Coreografada por Handerson Big, a comissão de frente era intitulada “Histórias Negras Importam”, foi um dos grandes destaques da escola neste desfile, os 15 componentes representavam os negros trazidos da África para o Brasil, a apresentação focou em mostrar como o Cais do Valongo foi a porta de entrada para que inúmeras histórias negras chegassem e se incorporassem a sociedade. As fantasias estavam bem acabadas, destaque para uma espécie de máscara que os integrantes usavam, durante a apresentação eles carregam uma espécie de saco, na frente dos jurados, cada componente retirada de dentro um instrumento musical, porém, o ápice acontecia no final, quando eles abriam esse saco e revelavam o rosto de crianças negras mortas em confronto nas comunidades Cariocas, a frase “Vidas Negras Importam” finalizava a apresentação, o público nas frisas e arquibancadas se emocionaram e aplaudiram com muito vigor.

Mestre-sala e Porta-bandeira

A fantasia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Jenkis e Thainá Teixeira, representou a relação entre o Brasil e o Continente Africano, marcada pelo comércio de escravos, a roupa de Diego tinha as cores da bandeira do Brasil, e a porta-bandeira representava a África. Apresentando uma dança de ritmo cadenciado, sincronizada e com gestos graciosos, a dupla não cometeu falhas expressivas nos módulos de julgamento, durante toda a dança, eles pareciam muito à vontade com o trabalho que estavam realizando, pode-se destacar os movimentos em referência a dança de matriz africana.

Harmonia

O samba da agremiação foi um dos grandes destaques da escola e ocasionou um canto satisfatório por parte dos componentes, o carro de som conduziu com maestria a obra e ao lado da bateria impulsionou o coro da escola, porém, devido a alguns problemas de evolução, a escola ficou parada em alguns momentos, acarretando em um certa preocupação dos integrantes das alas. No geral, a escola cantou com bastante vontade, mas sem um grande momento de explosão, como destaque pode-se citar a ala 10, que representava os filhos de santo, a ala de passistas, que sambou e esbanjou carisma por toda a avenida, a ala 18, “Onde há um negro, há uma pequena África”, também apresentou um bom desempenho harmonico.

Enredo

O enredo da escola foi apresentado de forma linear pelo carnavalescos, o primeiro setor representou a chegada dos escravos ao Rio de Janeiro, mostrando toda a saga que enfrentaram, o segundo setor retratou a ocupação deles em novos territórios, mostrou a constituição da Pequena África e finalizou no carro da celebração das religiões de matizes africanas, o último setor da escola falou sobre o legado e as instituições negras presentes na atualidade. As alegorias e as fantasias conseguiram passar com clareza a história que era contada, mesmo com a simplicidade, foi possível identificar a história que estava sendo contada sem dificuldade.

Evolução

A escola apresentou graves problemas de evolução ao longo do desfile, em um primeiro momento, na primeira cabine de julgamento, a bateria se apresentou e a ala da frente seguiu, porém, o momento mais crítico ocorreu em função da quebra do segundo carro no meio da avenida, desde o primeiro módulo o carro apresentou problemas para se locomover, os empurradores tiveram muita dificuldade pra fazer o carro andar, na altura do setor seis, um grande buraco se estendeu até o início do setor 10. Com certeza foi o quesito mais crítico da escola e que vai ocasionar em perdas de pontos preciosos.

Samba-Enredo

Um dos pontos altos do desfile foi o samba, de autoria de Júnior Fionda, a obra rendeu muito bem na avenida, impulsionado por uma interpretação muito boa de Tem-Tem Jr, juntamente de todo o carro de som. Foi possível observar um canto satisfatório por parte da comunidade, uma das partes de maior destaque foi o refrão principal, o início do samba, apesar de bastante melodioso, proporcionou um canto muito bonito. Foi possível observar o público nas frisas e arquibancadas cantando junto.

Alegorias e Adereços

O conjunto alegórico da escola apresentou altos e baixos, a dificuldades financeira da escola ficou evidente em alguns momentos, porém, o primeiro carro, que representava a travessia dos negros da África para o Brasil, na parte de trás do carro foi representado um casarão antigo, feito com pintura de arte. A segunda alegoria, mostrou a celebração às religiões de matriz africana, o carro teve uma grande escultura de um preto, porém, era possível observar problemas de acabamento na cabeça da escultura, esse carro ainda apresentou problemas de locomoção durante toda a avenida. O último carro fez uma crítica a situação atual dos negros no Brasil, uma comunidade foi representada, na traseira do carro algumas roupas penduradas deram um aspecto pobre ao carro.

Fantasias

O conjunto de fantasias da escola apresentou altos e baixos, algumas fantasias tinham soluções muito simples, foi observado que uma componente da segunda ala estava sem costeiro, na ala 11 algumas penas artificiais estavam com as hastes quebradas, outro problema foi observado na ala 12 uma componente estava segurando o costeiro. No último carro, alguns componentes que estavam empinando pipas estavam apenas com a camisa do enredo, o que não configura fantasia. O destaque positivo fica para a primeira ala, “Africanos”, a ala quatro, que representava um cemitério, causou impacto, a ala de baianas estava com uma fantasia muito bonita e que proporcionou uma evolução boa das matriarcas.

Outros Destaques

A bateria do Mestre Luygui representou os Filhos de Gandhi, a fantasia tinha uma leitura muito fácil e proporcionou que os 219 se apresentassem sem dificuldades, as bossas realizadas empolgaram as frisas e arquibancadas. A rainha Egili Oliveira se destacou à frente da bateria, com uma fantasia predominantemente branca, ela representou uma saudação a Oxalá.

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