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Vila Isabel consagra samba da parceria de André Diniz e Evandro Bocão novamente campeã

Por Guilherme Ayupp, Geissa Evaristo e Dandara Carmo. Fotos: Magaiver Fernandes

Como se diz no jargão futebolístico, deu a lógica. O time formado pelos medalhões André Diniz, Evandro Bocão, Professor Wladimir, Júlio Alves, Marcelo Valência, Dedé Augusto e Ivan Ribeiro conquistou o título na final de samba-enredo da Unidos de Vila Isabel, em final de samba realizada na madrugada desta sexta, na quadra da escola. O hino escolhido vai embalar o desfile sobre o enredo ‘Em nome do Pai, do Filho e dos Santos, a Vila canta a cidade de Pedro’, sob o desenvolvimento do carnavalesco Edson Pereira. A Vila Isabel será a segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval.

“A Vila é minha escola do coração. Vila Isabel é tudo pra mim. São 18 anos como campeão de samba-enredo. Rumo ao campeonato no Carnaval 2019, vamos com tudo. A nossa letra ‘é coisa de maluco’. Você canta o samba vem a imagem da escola, ainda estou abismado. Minha parte favorita é quando cita o morro”, comentou Evandro Bocão.

O time de campeões é encabeçado pelo multicampeão André Diniz, que não compareceu na final. Segundo levantamento realizado pela reportagem do CARNAVALESCO esta seria a 14ª vitória de Diniz na Vila, mas os números são controversos e a própria agremiação reconhece como sendo 16 os números de conquistas do compositor, o que o transforma no maior campeão da história da escola. O ex-presidente da Vila, Evandro Bocão, é decampeão de samba-enredo na escola de coração. Professor Wladimir, Julio Alves e Marcelo Valência vencem pela segunda vez, enquanto que os demais poetas ganham na escola pela primeira vez.

Antes do início da apresentação Evandro Bocão agradeceu à comunidade do morro dos Macacos. Wander Pires defendeu o samba na quadra. Apesar do favoritismo a passagem do samba não se mostrou avassaladora como se esperava. A parceria não investiu em uma torcida muito numerosa, mas mesmo assim foi a melhor apresentação da final. O palco jogou o canto para a torcida na primeira passada e foi correspondida. O único samba onde integrantes fora da torcida cantaram. A passagem foi irregular.

A chegada do carnavalesco Edson Pereira na Vila Isabel é uma grande aposta da direção da escola. O artista vem do título na Série A com a Viradouro e apresentações marcantes na Unidos de Padre Miguel. Porém, a missão não deixa Edson de cabelo arrepiado.

“Não acredito que o desfile da Vila seja tudo ou nada para a minha minha consolidação no Grupo Especial como carnavalesco. Venho fazendo um trabalho de formiguinha na minha carreira profissional. A Vila é uma escola muito grande e eu sou muito pequeno perante a ela, mas estou trabalhando muito para exercer o meu melhor e fazer jus ao convite do Capitão e do presidente da escola. O petropolitano se reconhecerá na Avenida através do desfile. O tempo do carnaval é cada vez menor, é a gente precisa de adequar a isso, por isso a agilidade nos meus trabalhos. O samba campeão precisava estar de acordo com a sinopse e conquistar a comunidade. A Vila tinha esse samba”.

Escola de uma das figura mais importantes do carnaval, o Capitão Guimarães, a final da Vila Isabel contou com maciça presença de personalidades do mundo do samba. Mocidade, Portela, Imperatriz e União da Ilha tiveram representantes na quadra. Além da cúpula da Liesa. A noitada de samba teve início com apresentação da escola mirim Herdeiros da Vila. Carregada de emoção, a apresentação dos segmentos relembrou antológicos desfiles da Vila. A começar pelo samba de 2004, último da azul e branca no Acesso. Pela primeira vez desde que se tornou rainha da Swingueira de Noel, Sabrina Sato não compareceu à final. A apresentadora está com 7 meses de gravidez e foi desaconselhada a viajar, já que vive em São Paulo.

A família da vereadora Marielle Franco, morta em março deste ano, foi convidada para acompanhar a final. A psolista irá ser homenageada no desfile da Vila em 2019. Anielle Franco conversou com a equipe do site CARNAVALESCO. * LEIA AQUI A MATÉRIA

Vila não terá ensaios comerciais até o fim do ano

Pensando em aprimorar o canto para o desfile do ano que vem e ao mesmo tempo visando enxugar gastos, a Vila Isabel decidiu abolir os ensaios comerciais de sábado na quadra. A informação foi trazida pelo vice-presidente Luizinho Guimarães à reportagem do CARNAVALESCO. Os ensaios serão apenas técnicos.

“Os ensaios de quinta começam para canto apenas. Treinar, decorar, cantar. Depois iremos para a rua. O ensaio comercial é um modelo que não dá certo. É um gasto desnecessário”, esclarece.

O jovem dirigente considerou esperado o número de 18 sambas inscritos para o concurso de samba-enredo. Segundo Luizinho, a boa gestão que se inicia na escola trouxe de volta compositores que estavam afastados.

“Eu acho que com a nova cara da escola é normal uma inserção maior de sambas. Os compositores perceberam que o trabalho é sério. Esperamos ainda mais no ano que vem, e assim sucessivamente. É como um time de futebol. Os bons jogadores querem estar nos clubes mais bem organizados”, opina.

Ainda de acordo com Guimarães a Vila está priorizando um atendimento de excelência com os componentes, em uma clara intenção de resgatar uma característica que marcou o bom momento da agremiação até o início desta década, o chão.

“Estamos priorizando o respeito ao componente. Cada integrante está tendo a sua medida tirada. Fizemos fantasias grandes, mas que não são quentes e são leves. Estamos com uma grande adesão, apesar de más colocações recentes. Buscamos um novo caminho para a Vila”, avalia.

Safra com alto número de inscritos empolga direção

Para o presidente Fernando Fernandes, a escolha do samba foi difícil. Ele revelou que a obra não passará por nenhuma mudança.

“Foram 18 sambas inscritos e o melhor venceu. A escolha foi difícil, mas vencu aquele que empolgou a quadra e a comunidade que desfila. Não mudaremos nada no samba campeão”, frisou.

Fernandes falou sobre o cancelamento dos ensaios de sábado na quadra. “Focaremos nos ensaios de canto que serão realizados todas as quintas”.

Wilsinho Alves, ex-presidente da Vila, e que volta como diretor de carnaval, tratou de elogiar a safra de sambas e assegurar que o modelo curto de disputa funcionou.

“Acredito que a quantidade de sambas inscritos se deu principalmente pela disputa curta. Foram apenas cinco semanas. A Unidos de Vila Isabel paga 75% da premiação que é um valor muito acima do praticado hoje no carnaval, além de ser uma gestão que inspira confiança”.

O dirigente contou que não haverá venda de fantasias para quem quiser desfilar na Vila em 2019.

“Todas as fantasias para o Carnaval 2019 serão doadas. Começamos a ensaiar na quinta-feira nesse primeiro momento focados na gravação do CD e em novembro vamos para a rua e só paramos no carnaval”.

Tinga retorna e agradece

De volta para casa, o intérprete Tinga emocionou os presentes revivendo na quadra obras de 2018, 2017, 2016, 2012, 2010, 1988 e 1994. Ele revelou que não aguentava mais a esperar pelo retorno.

“Eu tava muito ansioso pra essa volta. A Vila Isabel é minha escola de coração. Cumpri meu papel na Tijuca, fiz o meu melhor lá, respeito a escola, mas tive que voltar para a Vila Isabel. Eu sempre torcia pela Vila mesmo não estando aqui. Eu sofria bastante, o coração batia mais forte mesmo eu estando em outra agremiação”, garantiu o intérprete que elogiou o samba escolhido.

“Foi o samba que a comunidade escolheu. É a comunidade que vai cantar na avenida, que vai vibrar”.

Juventude no comando da bateria

Cria da Vila Isabel, Macaco Branco assumiu o posto de mestre de bateria da Vila Isabel e pelo trabalho que vem desenvolvido o caminho promete gerar bons frutos. Em entrevista ao CARNAVALESCO, ele citou que o trabalho não é de mudança, mas de resgate.

“Eu não pretendo mudar, eu pretendo resgatar o ritmo tradicional e sem deixar de ser uma bateria ousada. Vai ser um andamento mais tranquilo, mais cadenciado e dentro do ritmo tradicional da Vila Isabel”.

Casal quer apagar 2018 da memória

Após o Carnaval 2018, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael e Denadir, espera um ano mais calmo e sem nenhum problema no desfile.

“É difícil eu falar alguma coisa, até porque as pessoas já me conhecem e sabem que eu sou polêmico. Vou resumir em uma palavra, superação. Porque o que fizeram com a gente foi uma covardia. A nossa meta era simplesmente atravessar a avenida, e assim foi feito. O nosso objetivo era exclusivamente esse, atravessar a avenida. Assim que terminou o carnaval a gente já começou a trabalhar no carnaval de 2019. Eu quero apagar 2018 da minha vida”, desabafou o mestre-sala, que ainda teve o complemento da porta-bandeira.

“Esse carnaval de 2018 pra mim se resume em desafio e superação”.

Denadir revelou que a fantasia de 2019 segue a linha tradicional de um casal.

“É um figurino tradicional, belíssimo e está vindo nas cores e do jeitinho que eu pedi. Estou muito feliz por essa atenção toda, e agora é só aguardar ansiosa o momento do desfile. Vamos voltar a fazer aquela dança que todo mundo já está acostumado a ver”.

Melhor coreógrafo de 2018 quer repetir o sucesso

Dono da principal comissão de frente do Carnaval 2018, a do Paraíso do Tuiuti, o coreógrafo Patrick Carvalho está volta para Vila Isabel. O artista conta que o trabalho de 2019 será totalmente diferente.

“Em 2018 nós trabalhamos com uma comissão bem impactante e em 2019 nós vamos vir com uma comissão bem lúdica. Eu vou para um lado bem conceitual, bem lúdico mesmo. Tem algumas histórias muito fantásticas de Petrópolis, eu roubei uma dessas histórias pra mim e vou levar pra avenida uma história bonita”, disse Patrick, que ainda comentou a cobrança que terá pela apresentação no ano que vem.

“Acredito que cobrança vai ser grande, não só dos jurados e da avenida, mas também da escola. Sempre que eu apresento um projeto eles querem mais, eu apresento outro e eles pedem ainda mais de mim. Foi aí que eu apresentei outro projeto e a escola aprovou, até porque eles já estão prontos para investir. Já estou com meu elenco ensaiando e já construindo o meu tripé. A escola está me dando muita estrutura para começar. Isso está sendo muito importante no meu trabalho”, afirmou o coreógrafo.

Como foram apresentações dos outros finalistas

Parceria de Thales Nunes – A parceria colocou muitas bandeiras nas cores da escola. A apresentação não conquistou a quadra para além da torcida. O público apenas acompanhou a apresentação sem esboçar apoio à passagem da obra. O intérprete Emerson Dias foi o responsável pela condução do samba na final. Por todos os fatores a apresentação teve um desempenho apenas burocrático.

Parceria de Marcelo Mendes – O samba foi defendido na quadra pelo intérprete Igor Sorriso. Hoje na Mocidade Alegre, Igor foi cantor da Vila por três carnavais. O samba obteve uma apresentação apenas regular, sem conseguir fazer com que segmentos fora da torcida cantassem.

 

 

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