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Em retorno à Sapucaí, Lins Imperial faz desfile com destaque na estética para se firmar na Série Ouro

Escola abriu a segunda noite de desfiles da Série Ouro se destacando no geral em alegorias e fantasias, e contando de forma bastante leve a história do humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum

Após 10 anos sem pisar no solo sagrado da Sapucaí, a Lins Imperial abriu a segunda noite de desfiles da Série Ouro se destacando no geral em alegorias e fantasias, e contando de forma bastante leve a história do humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum. Alguns pontos em evolução, como a abertura de alguns buracos, devem fazer com que a escola perca alguns décimos. A harmonia também esteve um pouco irregular com as alas cantando bastante o samba e outras nem tanto. Com o enredo “Mussum pra sempris – traga o mé que hoje com a Lins vai ter muito samba no pé”, a escola encerrou seu desfile com 55 minutos. * VEJA FOTOS DO DESFILE

Fotos de Allan Duffes e Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

Comissão de frente

Coreografada por Carlos Bolacha, a comissão de frente apresentou três figurinos diferentes, “Sambista da Lins Imperial”, “Os originais do samba” e “Kid Mumu da Mangueira”, todos representavam o ritmo de verdade que sempre esteve no morro. Pois Mussum nunca negou de onde veio carregando no nome, suas origens. A coreografia de avanço apresentava um passo malandreado, quando se iniciava a apresentação nos módulos, os bailarinos subiam no elemento cenográfico que representava ao mesmo tempo o morro do Lins e um palco. Na troca de figurinos, surgiam os originais do samba com ternos nas cores amarelo e preto. No final da apresentação, o homenageado surgiu no alto do morro com uma de suas paixões, vestido de Flamengo. Uma coreografia leve com algumas pequenas surpresas, como ponto negativo, a qualidade de acabamento do elemento cenográfico deixava a desejar um pouco.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal da Lins Imperial, Jackson Senhorinho e Manoela Cardoso, vestiu a fantasia ” A exuberante natureza do morro da Cachoeirinha” trazendo a paisagem da localidade na década de 1940, quando Mussum nasceu, conforme os relatos orais de moradores. Na apresentação nos três módulos, o vento era bastante intenso gerando algumas dificuldades para a porta-bandeira que quase chegou a enrolar a bandeira algumas vezes, mas segurou bem o desafio. A coreografia mais tradicional trazia a pontuação em alguns momentos de alguns poucos trechos do samba como “onde parecia um céu no chão” em que havia uma pequena referência para o alto.

Harmonia

O canto da escola foi irregular. No início, nas primeiras alas como “samba, inspiração de Carlinhos” cantavam pouco o samba, a partir da metade do segundo setor com as alas “LP dos Originais do samba”, ”Primeira Bienal do samba – Elis Regina, parceira de um bamba partideiro original”, e ainda “Cadê Tereza? Pega ela peru”, o canto melhorou. Depois, nos últimos setores havia alas com mais canto e outras com pessoas se limitando a cantar trechos como o refrão principal e o trecho que vem logo antes “Mussum… um trapalhão que inspira tanta gente”.

Enredo

A Lins Imperial apresentou o enredo “Mussum pra sempris – traga o mé que hoje com a lins vai tem muito samba no pé”, com o objetivo de homenagear um de seus filhos mais ilustres. Se utilizando do “Poema de sete faces” de Carlos Drummond de Andrade, a escola pretendeu mostrar as diversas faces do multiartista Carlinhos, nome de batismo do eterno Mussum. O enredo foi contado de forma leve, com as fantasias tendo uma fácil leitura e bem irreverente como era o artista. No primeiro setor, “Da Cachoeirinha, lá vai Carlinhos ser estrela na vida!”, aludindo à conexão que há entre o humorista e a Lins Imperial. Já no segundo setor, “Carlinhos do Reco-Reco e o Sucesso dos Originais do Samba”, retratando sua paixão pelo samba. No terceiro Setor “Carlinhos da Mangueira e do Flamengo”, rememora a ligação do homenageado com a Estação Primeira de Mangueira e o Flamengo. Por fim, no quarto Setor “O Astro Mussum”, retrata a face humorística que ganhou a TV, o circo e o cinema. E no último setor, “Mussum Pra Sempris”, celebra Mussum eternizado nos corações e nas redes de muitos brasileiros.

Evolução

A evolução da escola teve alguns problemas de buraco, em frente ao primeiro módulo de julgamento houve um espaçamento quando a bateria de mestre Átila parou e a ala que vinha a frente avançou, chegando a contar a distância entre duas caixas do sistema de som da Avenida entre as duas partes da escola. Mais para o final, a escola chegou a evoluir de forma mais rápida quando passou do setor 8, também no final do desfile após apresentação da bateria no terceiro módulo de julgamento. Ainda assim, foi uma evolução bastante solta, com os componentes privilegiando o samba no pé e não formando fileiras tão rígidas. Destaque para as alas “escolinha do professor” e “os amigos trapalhões”.

Samba-enredo

Lucas Donato e Rafael Tinguinha fizeram sua estreia como intérpretes oficiais na Sapucaí cantando um samba bastante leve, irreverente que teve um bom andamento apresentado pela bateria de mestre Átila, estreante na escola que não deixou que a obra ficasse muito arrastada. Dos trechos mais cantados se destacaram o refrão principal e o trecho que vem logo antes e que começava em “Mussum o trapalhão que inspira tanta gente”. A utilização de expressões do contexto do humorista homenageado como “mé” e “pra sempris” foram uma boa sacada e interagiam com o público que se divertia.

Fantasias

Grande destaque do desfile da Lins Imperial, o conjunto de fantasias trouxe soluções estéticas de muito bom gosto, leves, de fácil entendimento e com materiais que reluziam e produziam um bonito efeito principalmente para quem olhava da arquibancada. Destaque para as baianas “Dona Malvina, mulher-referência de Carlinhos” que representavam justamente Dona Malvina, mãe de Mussum, trazendo a foto da matriarca . A bateria de mestre Átila “Um coração que pulsa em verde e rosa” fez uma referência ao coração apaixonado de Carlinhos pela Mangueira. Os compositores, departamento feminino e a velha-guarda vieram com o figurino intitulado “menestréis do reino das palavras de Carlos Drummond de Andrade “, fazendo alusão ao Carnaval de 1987 da Mangueira, último campeonato que Carlinhos participou pela escola. A ala de passistas “ o reino encantado de Monteiro Lobato” homenageou o título da Mangueira de 1967, o primeiro que Mussum esteve envolvido.

Alegorias

As alegorias estavam um pouco irregulares, ainda que se possa destacar a beleza do Abre-Alas “O Morro da Cachoeirinha, onde nasceu Carlinhos”, representando como o nome já diz o Morro da Cachoeirinha, uma das comunidades do Complexo do Lins, ponto de interseção entre Antônio Carlos Bernardes, o Mussum, e a Lins Imperial. Também a segunda alegoria “TV, circo e cinema – O astro Mussum” que trazia imagens das produções de Mussum em espetáculos da dramaturgia e até cenas de bastidores. Como destaque negativo o tripé “Carlinhos do Reco-Reco e o sucesso dos Originais do Samba”, tinha pouca iluminação e teve problemas com o plástico que em um momento ficou solto representando perigo de queda para um componente. O último carro com o rosto de Mussum virado para cima, era coerente com a proposta de celebrar o artista eternizado nos corações e nas redes, por meio de memes e emojis. Mas esteticamente, o artifício não produziu um bom efeito.

Outros destaques

A bateria de mestre Átila realizou uma bossa no trecho do samba “ No quintal de folhas secas, tocou surdo de Primeira” fazendo alusão ao toque consagrado dos surdos da bateria Tem Que Respeitar meu Tamborim. Neste momento os ritmistas também faziam coreografia, seguindo o balanço da bossa, se movimentando de uma lado para o outro, posicionados de frente para o público. A rainha de bateria Danny Fox e o rei Johnathan Avellino chamaram bastante atenção do público pela simpatia e pela fantasia “Mangueira teu cenário é uma beleza”. O ator Hélio de La Peña, amigo do humorista homenageado, também participou do desfile.

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