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Serrinha chegou! Império Serrano faz seu maior desfile neste século na abertura do Carnaval 2023

Apesar do visual caprichado, escola teve problemas com o casal de mestre-sala e porta-bandeira e o canto oscilou durante apresentação

Coube ao Império Serrano a missão de dar o pontapé inicial aos desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí em 2023. Atual campeão da Série Ouro, o Reizinho de Madureira mostrou credenciais que fazem com que o torcedor sonhe com a permanência na elite do carnaval carioca. Com um conjunto visual imponente, o Menino de 47 pisou na avenida disposto a realizar seu maior carnaval neste século, ao final do desfile a sensação é de que a escola cumpriu o objetivo. Como esperado, o enredo em homenagem a Arlindo Cruz emocionou não só os imperianos, mas também a grande maioria do público presente na avenida. A presença do homenageado no último carro coroou a bela exibição da escola. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Apesar de visualmente impecável, a agremiação cometeu falhas durante sua apresentação, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Flôres e Daniele Nascimento enfrentaram o vento no primeiro módulo e a bandeira acabou enrolando. O canto irregular, talvez por conta do grande volume das fantasias e a evolução também causam preocupação, um grande espaço foi deixado à frente da quarta alegoria no primeiro módulo de julgamento, vale lembrar que esse módulo possui a cabine dupla.

Apresentando o enredo “Lugares de Arlindo” assinado pelo carnavalesco Alex de Souza, que fez sua estreia na escola, o Império passeou pela vida e obra de um dos seus maiores baluartes, o cantor e compositor Arlindo Cruz. A agremiação terminou sua apresentação com 67 minutos.

LEIA ABAIXO MATÉRIAS ESPECIAIS DO DESFILE
* Baianas do Império Serrano levam a força de São Jorge para a Avenida
* Imperianos celebram retorno do Império Serrano ao Grupo Especial
* Com banho de ervas e a proteção de Xangô, terceira alegoria do Império celebra a religiosidade de Arlindo
* Carro ‘O show tem que continuar’ do Império Serrano trouxe Arlindo Cruz com amigos de longa data homenageá-lo
* Imperianos celebram estreia de Ito Melodia no microfone oficial do Reizinho de Madureira

Comissão de Frente

A comissão de frente, coreografada por Júnior Scapin, em seu retorno à escola, foi intitulada “A Fantasia – O Nosso Lugar: Reza, Amor e Fé – Um Ritual de Cura e Axé…”, foi utilizado um banjo como elemento cenográfico, os componentes apresentaram uma dança baseada no jongo, o ponto alto da apresentação era quando uma componente representava vovó Maria, fundadora e benzedeira.

Em um determinado momento, uma fumaça aos pés da tamarineira fez com que os componentes trocassem de lugar, a roupagem que antes era toda branca, deu espaço para um prata com verde dos componentes masculino, e vermelho e dourado nos feminino, a surpresa maior estava no fim da apresentação, no alto da tamarineira, surgiu Arlindinho, filho de Arlindo Cruz, tocando um banjo, sob aplausos e fogos para delírio do público presente.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Em seu retorno ao Grupo Especial, o Império escolheu apostar na experiência de Marlon Flôres e Danielle Nascimento. A passagem do casal pela avenida foi problemática, no primeiro módulo de julgamento, onde fica localizada a cabine dupla de julgadores, o casal começou sua apresentação com a dança clássica do quesito, ambos desempenharam a arte com muita elegância, porém, foi observado um pouco de lentidão. O maior problema aconteceu no final da coreografia, o vento foi o maior adversário de Danielle, e a experiente porta-bandeira não conseguiu impedir que o pavilhão enrolasse. Nos módulos seguintes o casal conseguiu desempenhar um melhor papel, embora, a lentidão observada no primeiro módulo se repetiu.

A linda fantasia do casal foi denominada “Poema aos Peregrinos de Fé”, inspirada no samba composto por Arlindo para o Império Serrano em 2015. Predominante verde, a indumentária impactou pela beleza e capricho. Acompanhados do casal estavam os guardiões, eles carregavam estandartes com imagens de São Jorge e Santa Bárbara.

Harmonia

Elogiar Ito Melodia pode cair na redundância, mas é sempre válido, após anos à frente da União da Ilha, ele chegou ao Império sob olhares de desconfiança, mas com todo seu talento, o intérprete já demonstra estar totalmente integrado ao Menino de 47, no desfile deste domingo ele deu mais um show, juntamente de seu carro de som, o entrosamento com a Sinfônica do Samba também foi visível. Mesmo com a ótima condução do samba, o canto da escola foi irregular e oscilou.

As alas do início da escola estavam com fantasias pesadas, a exemplo da ala 1, “Santo Guerreiro”, ala 5, “Caciqueando no Bagaço da Laranja “, a ala 8, “Buraco, Sueca pro Tempo Passar, Tem Jogo de Lona, Caipira e Bilhar”, apesar de não ser volumosa, passou pelo segundo módulo de julgamento sem cantar. Após a saída da bateria do primeiro recuo, a escola cresceu em canto, as alas 14, “Quem Não Viu Tia Eulália Dançar? E Ainda Tem Jongo à Luz do Luar”, e 23, Festa no Arraiá. A Vila Canta o Brasil, Celeiro do Mundo. Água no Feijão que Chegou Mais Um”, foram exemplos de canto uniforme. O final da escola, que teve a presença de Arlindo Cruz no último carro, parece ter incendiado a comunidade.

Enredo

O carnavalesco Alex de Souza foi o responsável por desenvolver o enredo “Lugares de Arlindo”, ele optou por levar para avenida seis setores. O enredo se desenvolveu a partir de uma das canções mais simbólicas de Arlindo Cruz: “Meu lugar”. Além de ser um dos maiores baluartes da escola, Arlindo Cruz também é um dos maiores artistas populares do Brasil. A ideia de Alex foi passear pelas obras, mas sem esquecer a vida do artista. No que se propôs o enredo passou pela avenida de forma muito clara, as alegorias e fantasias conseguiram passar com clareza a história de vida que era contada.

O primeiro setor contou a relação do artista com bloco carnavalesco Cacique de Ramos, o segundo mostrou o subúrbio, tão presente na discografia do homenageado, o terceiro setor mostrou a religiosidade, no quarto setor vimos as canções românticas cantadas e compostas por Arlindo, o quinto setor retratou o Arlindo como compositor de samba-enredo e também seu amor por Babi Cruz, sua esposa. O último setor foi a derradeira homenagem a Arlindo, onde o Império reforçou que o “Show tem que continuar”. O único senão foi o fato de ter sido observado que o terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira ter invertido de posição com a ala 20.

Evolução

No geral, a evolução do Império foi compacta e empolgada, as alas estavam extremamente organizadas, os componentes sabiam seu papel dentro das alas, foi uma evolução fluida e coesa, mas sem perder a empolgação e descontração que pede um desfile de carnaval. Porém, houve um problema no quarto carro, um buraco foi deixado em frente ao primeiro módulo de julgamento, vale destacar que esse módulo possui a cabine dupla, o que deve causar uma punição maior.

Samba-Enredo

O samba de autoria de Sombrinha, Aluísio Machado, Carlos Senna, Carlitos Beto Br, Rubens Gordinho e Ambrosio Aurélio tem uma característica única em seu formato, feito em acróstico, as primeiras letras de cada verso formam o nome Arlindo Domingos da Cruz Filho no sentido vertical. A obra passa por vários momentos da vida de Arlindo, assim como faz menção a canções famosas do artista. No desfile, o samba demorou a empolgar, mas após a saída da bateria do primeiro recuo, a escola passou a cantar com mais empolgação e a relação com o público também cresceu, o destaque foi o refrão principal, em que a toda escola cantava com muita empolgação, vale destacar também os outros refrões presentes na obra, o “Dagô, Dagô” caiu nas graças dos componentes e da torcida.

Alegorias e Adereços

O Império Serrano levou para a Sapucaí cinco carros e um tripé, o conjunto alegórico causou uma ótima impressão pelo tamanho, qualidade no acabamento e riqueza de detalhes. A escola apostou na grandiosidade da abertura para impressionar o público, uma característica do carnavalesco Alex de Souza, o carro abre-alas, com três chassis, foi denominado “Estava nascendo o Império Serrano, Reizinho do meu lugar, pro santo guerreiro abençoar”, o título da alegoria foi extraído de versos do samba enredo que o Império levou à avenida em 2016, “Silas canta Serrinha”, do qual Arlindo é um dos compositores. Uma enorme escultura de São Jorge Guerreiro, padroeiro da escola, chamou atenção pelo acabamento primoroso, assim como os dragões que permeavam o carro. A escola representou seus títulos no símbolo maior, a coroa imperial, no total foram 8 coroas menores e uma maior. Vale destacar que uma coroa na terceira parte do abre-alas passou apagada.

Na sequência do desfile, o tripé “Caciqueando no Fundo do Quintal”, as expressões na escultura do Apache chamaram atenção. O segundo carro, “Em cada esquina, um pagode, um bar”, evocou a atmosfera noturna dos tradicionais bares cariocas, fazendo referência aos jogos, à bebida e às conversas entre amigos. O terceiro carro, “Vai lá na pedreira do meu pai Xangô, faça o favor tome um banho de Abô” levou uma grande escultura de Xangô, representando a religiosidade do homenageado, a altura e o movimento da escultura chamaram atenção.

A quarta alegoria, “Vem brilhar no meu carnaval. Minha porta-bandeira, na avenida do meu coração”, fez referência às participações de Arlindo como compositor em diversos sambas de enredo, a figura que vem em destaque é a porta-bandeira, símbolo do carnaval, a personagem foi uma homenagem à Babi Cruz, esposa e parceira de vida do cantor. Para finalizar o desfile, o Império Serrano levou Arlindo Cruz, grande homenageado do enredo para a última alegoria, denominada “O Show tem que continuar”, a alegoria emocionou pela presença de Arlindo e também pela escultura muito bem feita do cantor.

Fantasias

Um show de bom gosto de Alex de Souza, o conjunto de fantasias do Reizinho de Madureira foi luxuoso, mesmo em um período complicado financeiramente para o carnaval, as fantasias do Império apresentaram um nível altíssimo de requinte e bom gosto, a volumetria esteve presente na maioria das alas, muito bonitas e bem acabadas, as fantasias chamaram atenção por preencherem toda a avenida.

O uso de cores também foi muito bem utilizado, o verde, cor predominante da agremiação, permeou todo o desfile. Dentre os figurinos mais bonitos, pode-se destacar os seguintes: “Na Sombra da Tamarineira, o Cacique e o Pagode”, “No Bloco do camarão que dorme”, “Portela, Só Pra Contrariar” e “Vó Maria, o Terreiro Benzer”. Uma única ala ficou abaixo do conjunto apresentado pela escola, a fantasia de alguns componentes da ala 12, “E Cerveja Pra Comemorar”, estava se desmanchando.

Outros Destaques

Como esperado, o esquenta do Reizinho levantou o público logo no início, com uma lista de sambas memoráveis, a escola optou por apresentar o sambas “O Império do Divino”, “E verás que um filho teu não foge a luta” e “Aquarela do Brasil”.

Pelo segundo ano, a rainha Darlin Ferrattry veio a frente da bateria comandada por mestre Vitinho, porém, dessa vez ela veio apresentando sua filha, Wenny Isa, que fez sua estreia como princesa de bateria da escola, ambas demonstraram muita simpatia com o público e interagiram com os ritmistas durante as bossas, Darling parecia bastante emocionada e feliz por dividir o espaço com sua filha. A rainha da escola, Quitéria Chagas, desfilou antes da comissão de frente e também recebeu muito carinho do público.

Na última alegoria, alguns amigos de Arlindo Cruz desfilaram, entre eles estavam Regina Casé, Péricles e Hélio de La Peña.

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